Pedro Boléo, in Público
\”Antes disso houve tempo para Monodia de António Pinho Vargas, uma obra notável, escrita em 1993 e gravada e editada em CD em 1999 pelo quarteto Arditti (com uma formação diferente da actual). Monodia é uma reflexão musical sobre o desaparecimento (e a morte). Não é um requiem mas \”quase un requiem\”. Uma composição onde a dificuldade de pensar e nomear a morte só encontra uma saída em líricos e fragmentários \”gritos mudos\”. Monodia pergunta mais do que responde -ali ouvimos apenas, à beira do silêncio ou nos agudíssimos gritos do violino de Irvine Arditti, os traços que restam de uma melancolia despedaçada.\”