Um dos compositores que melhor tem compreendido o verdadeiro alcance da liberdade estilística e expressiva que caracteriza a música dos nossos dias é António Pinho Vargas. É óbvio que a sua longa experiência no âmbito do jazz lhe permite uma abordagem à composição sem constrangimentos de escola. Independentemente das razões, Pinho Vargas está completamente liberto daqueles complexos, muitas vezes castradores, subsequentes da mistura entre uma doentia consciência histórica e uma vontade obsessiva de originalidade em nome, nas suas palavras, de qualquer “ideia de futuro”.