Um dos compositores que melhor tem compreendido o verdadeiro alcance da liberdade estilística e expressiva que caracteriza a música dos nossos dias é António Pinho Vargas. É óbvio que a sua longa experiência no âmbito do jazz lhe permite uma abordagem à composição sem constrangimentos de escola. Independentemente das razões, Pinho Vargas está completamente liberto daqueles complexos, muitas vezes castradores, subsequentes da mistura entre uma doentia consciência histórica e uma vontade obsessiva de originalidade em nome, nas suas palavras, de qualquer “ideia de futuro”.
"A possível luz do por vir" de Maria Augusta Gonçalves (sobre Lamentos, Artway/Next) (2024) | REQUIEM & JUDAS, Maria Augusta Gonçalves: "Quem viveu um momento e o outro, sabe o que aconteceu: chegar ao fim desses dois concertos, com a certeza de ter ouvido duas obras maiores da contemporaneidade, dois momentos que marcam a vida, que detêm a sua essência e se impõem na memória; dois momentos que regressam uma e outra vez, com tudo o que de humano se hesita sequer em reconhecer." (2014)