Registo de um concerto irrepetível, no Instituto Superior Técnico, em
2009. António Pinho Vargas toca em improvisação total, um desafio levado
a cabo com mestria e aplauso do público. Uma obra rara e imperdível.
“A forma como toquei – improvisação total – não penso ser capaz de repetir.”
“(…) numa improvisação, estou dentro do tempo, do tempo real, e uma
vez tomada uma opção, ela é realizada imediatamente, e, como tal, tem
que ser integrada no discurso. (…) Nesta dialéctica entre o conhecido e
o desconhecido intervêm o corpo – e a alma – e os seus diversos
impulsos.”
“Porque é que gosto tanto deste disco? Porque, sendo provavelmente o
último que terei gravado, tem coisas – modos de tocar, para simplificar –
que fiz há muito tempo mas, nunca tendo sido gravado, iriam ficar sem
registo. Assim, como tive a sorte do concerto me ter corrido bem e estar a ser gravado, vai ficar nele – e só nele – uma parte da vida (que foi
como foi).”
António Pinho Vargas
“Oscilando entre territórios familiares e aventuras por outras paragens, as criações cuja memória se perpetua neste CD resultam também
de um acto de coragem. Um concerto a solo inteiramente improvisado é um exercício sem rede que tanto pode ser fatal como gerar boas surpresas. Felizmente, este é um exemplo do segundo caso.”
Cristina Fernandes
Ípsilon, 6 de Julho de 2012