“Da música quando existe” entrevista de Luciana Leiderbarb no Expresso R sobre os CDs Magnificat – De Profundis  (Warner) e A dança dos Pássaros (Orquestra do Hot Clube – ed Hot Clube)

Este título é verdadeiro. “A música quando existe”. Até 1900, grosso modo, só podia existir se houvesse músicos e/ou cantores a fazê-la, a tocá-la. A partir de então, e cada vez mais, há dois modos de audição de música possíveis.

O antigo – músicos a tocar – que é insubstituivel por definição (não haveria discos em geral se não tivesse havido humanos a tocar ou a fazer) – e um novo modo que deriva da possibilidade de ouvir música em discos. Mesmo neste caso, diferente do primeiro, é necessário que o amador musical – aquele que ama a música – se disponha a dar um certo tempo da sua vida à audição.

Antoine Hennion em La Passion Musicale mostrou-nos que estes dois modos são ambos momentos particulares que mostram paíxão pela música. Sabemos que não são idênticos.

Mas quem de nos nunca ouviu um disco? Quem de nós só pode dizer que conhece esta ou aquela peça porque a ouviu num disco, sem nunca a ter ouvido num concerto? Raros.