22 de junho, 2025
Memórias
Sinfonia (subjectiva) Oscuro e Augusto M. Seabra: assombro
Hoje (17-06-2025) na entrevista em "Uma noite em forma de assim" com Jorge Afonso na Antena 1 pudemos conversar sobre duas coisas importantes.
1. No contexto da obra Oscuro, falei da última conversa relativamente longa que tive com Augusto M. Seabra sobre Oscuro (que ele tinha ouvido e admirado), acerca da pandemia e da sua "presença" na minha obra, disse-me: "as nossas vidas nunca mais serão as mesmas".
Jorge Afonso retorquiu "Ouvia-se tanta gente a dizer isso!" Respondi: "É verdade e julgo que toda a gente fez o possível para esquecer que alguma vez tinha sequer pensado isso" - e, prossigo, foi para a festa, enquanto o mundo desatava a travar guerras umas atrás das outras, como se os homens, os regimes, as nações, os impérios, quisessem rapidamente provar a si próprios que mantinham toda a sua capacidade destrutiva, toda a sua parte guerreira, maligna e cruel intacta.
2. Ainda sobre Oscuro disse-me Jorge Afonso "também tem muito da Sinfonia (subjetiva). O que é uma evidência! Sobre essa obra de 2019 houve uma espécie de assombro (também em mim próprio depois de Lamentos): ninguém no nosso pequeno mundo, imaginava que eu "podia" compor daquela maneira! Então agora é possível reconhecer em Oscuro o que já estava na Sinfonia (subjectiva): entre as duas há apenas 3 anos (2019-2022) e uma pandemia.