António Pinho Vargas

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12 de abril, 2025

Mirrors para piano solo (1989) Amesterdão

Mirrors

O titulo desta peça ocorreu-me já numa fase adiantada da composição, quando li um texto de Pierre Boulez "Composers and Creativity" no qual ele afirma que o compositor se vê alternadamente em dois "espelhos": o espelho da técnica e o espelho da imaginação.

Cada peça tinha à partida um problema técnico bem preciso: aqui usar determinada escala (várias escalas octatónicas em III), ou determinado fragmento de série (I e II), ali um grupo de durações e um grupo de notas de diferentes dimensões (a color/ talea da música medieval) (II), aqui uma poliritmia complexa (III), um filtro de durações (III), transformações ritmicas por multiplicação ou divisão (II), usar dois temas contrastantes a partir das mesmas notas (I), ali uma vaga ideia formal, etc.

Independentemente do ponto de partida, da técnica particular usada, o gesto do compositor foi sempre determinado, em ultima análise, pelo critério auditivo, pela vontade de agir ou não...

 

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